História de Santa Filomena

A história de Santa Filomena está relatada no livro “Amigos de Santa Filomena”, editado pelo Santuário de Sorocaba e que se encontra a disposição aos devotos através da livraria do santuário, bem como do kit devocional.

Em resumo, segundo os relatos dos historiadores da vida de Santa Filomena, havia na Grécia um rei cuja descendência de filhos não existia, pois sua esposa, estéril, já tinha abdicado da maternidade. Assim a sucessão ao trono, deixava de existir pela ausência de filhos. No reinado, porém, um médico cristão e considerado praticamente e seguidos do evangelho, convenceu a família do rei, que era considerado ateu, a se converter ao cristianismo, O médico sugeriu que fizessem um pedido a Jesus Cristo para lhes fazer um milagre de se tornarem pais. A graça da conversão e generosidade de Deus a essa família foi a chegada de um bebê, menina que nasceu em 10 de agosto sob intensa alegria e admiração da mãe e pai que exultavam o milagre. O nome dado a menina foi LUMENA. O significado desse nome é “Luz da Fé”, Realmente tinha sido uma luz na vida do casal. Na sequencia dos fatos, chegou o dia do batismo da Lumena. E o nome FILO foi acrescentado a Lumena, se tornando FILOMENA.

A vida e o coração daquela menina que ficou sabendo de sua história de vida, a levou para uma decisão intima como mulher. Fez seus votos de castidade e se declarou como “esposa de Jesus”. Assim desde pequena já havia decidida a sua vida. Quando aos 13 anos, mocinha bonita e atraente, passou pelo maior desafio de sua vida ao não atender um pedido de seus pais. O Imperador Deoclesiano tomava conta daquela região onde seus pais moravam. E uma guerra foi declarada pelo imperador, o que acabaria com os moradores e bens dos pais da Filomena. Ao saber da decisão do imperador, o pai da jovem Filomena, acompanhado por ela e de sua esposa, foram a Roma para falar pessoalmente com Deoclesiano. Queria pedir a paz e evitar a guerra.

No palácio do imperador aconteceu o fato que mudaria a história e o futuro da moça Filomena. Quando seus pais estavam com o imperador, ele a viu e ficou deslumbrado com a beleza da jovem. Imediatamente se dirigiu aos seus pais e a pediu em casamento. Devido as circunstância do momento e desejando uma unção estável à filha, consentiram de imediato. Só que a própria Filomena não aceitou tal proposta que viria em sentido contrário a sua decisão de castidade. Ela se dizia comprometida com Jesus, seu Divino Esposo.

Contrariado, o Imperador Deoclesiano a mandou para o cárcere e puni-la pela desobediência ao seu pedido. Filomena foi presa e torturada. Durante 37 dias sua vida sofreu grandes tormentos, representados em sua imagem por alguns dos ícones como a âncora. A história de Santa Filomena teve momentos difíceis de serem descritos. Mas também aconteceram verdadeiros milagres, como a aparição de Nossa Senhora a ela, curando-a de suas chagas sofridas no cárcere. A Mãe de Jesus lhe disse que ela sofreria mais alguns dias, e depois seu Filho Jesus a levaria ao céu. Um dos fatos descritos pelos estudiosos da vida de Santa Filomena, é que até o carrasco que a martirizou se converteu ao cristianismo.

O ódio do Imperador era tanto que mandou flecha-la, mas não a acertaram; pensando ser os deuses dela que as desviavam. Ele mandou aquecer as flechas no fogo e atirar nela, mas as flechas com suas pontas quentes, no lugar de acertar voltaram para trás e mataram seis flecheiros. Depois de derrotado com este prodígio de Deus salvando Filomena, o Imperador mandou jogá-la no rio Tibre com uma ancora ao pescoço; veio um anjo e cortou a corda, a âncora foi para o fundo, onde se encontra até hoje, e Ela nem sequer molhou o vestido.

A multidão que presenciava estes prodígios se convertia ao cristianismo e glorificava a Deus. Então o imperador tirano não suportando mais a sua cólera deu ordens para que fosse decapitada.
Assim a alma de Filomena voou gloriosamente para o céu, no dia 10 de agosto, numa sexta-feira, às três horas da tarde, como seu Divino Esposo Jesus também passou nessa hora pelo sacrifício da cruz.
O corpo de santa Filomena só foi encontrado nas escavações das catacumbas de Priscila, em Roma, no dia 25 de maio de 1802. A sepultura estava intacta, fato realmente raríssimo, e foi aberta na presença de autoridades civis, religiosos da Igreja e peritos leigos. Durante as escavações, ainda encontraram: três placas de terracota, com as seguintes inscrições: “Paz te Cum Fi Lumena”, ou seja “A paz esteja contigo, Filomena”.

O caixão tinha os entalhes de uma palma, três flechas, uma âncora, um chicote e um lírio, indicando a forma de seu martírio e morte. Dentro dele estavam as relíquias do corpo de uma jovem e um pequeno frasco com um líquido vermelho ressequido. Os peritos verificaram que o corpo era de uma jovem com cerca de treze anos, que tinha o crânio fraturado e que teria vivido no século IV. Assim, finalmente, foram encontradas as relíquias da jovem mártir santa Filomena, que ficaram sob os cuidados da Igreja Católica.
Essas relíquias foram transferidas para a igreja de Nossa Senhora das Graças, em Nápoles, onde muitas graças e milagres foram alcançados por intercessão da santa, bem como ocorreram em muitas outras partes do mundo cristão. O seu santuário tornou-se um centro de intensa e frequente peregrinação.

Muitos pontífices declararam-se fiéis devotos de santa Filomena, entre eles o papa Leão XII, que a proclamou “a grande milagrosa do século XIX”. Foi o papa Gregório XVI que a nomeou “Padroeira do Rosário Vivente” e escolheu o dia 10 de agosto para a sua festa
Esse relato está no livro “Revelações”, de madre Maria Luiza de Jesus, fundadora da Ordem Religiosa das Irmãs da Imaculada e de Santa Filomena e também consta da história citada no livro “Amigos de Santa Filomena”.