O Desafio do Cristão Leigo e Leiga no Mundo
O desafio do cristão será, sempre, viver no mundo sem ser do mundo (cf. Jo 17,15-16), examinar tudo e ficar com o que é bom (1Ts 5,21). Sua missão é construir o tempo presente, na perspectiva do Reino que já está entre nós, mas que sempre há de vir como graça que não se esgota em nenhuma das conjunturas históricas (CNBB, doc. 105,78).
Diante de tantos desafios os cristãos leigos e leigas têm que saber discernir, ou seja, separar as coisas positivas das negativas que fazem parte do mesmo modo de vida atual, que se apresenta sempre como integralmente bom para todos e em tudo o que oferece. “É preciso esclarecer o que pode ser um fruto do Reino e também o que atenta contra o projeto de Deus. Isto implica não só reconhecer e interpretar as moções do espírito bom e do espírito mau, mas também – e aqui está o ponto decisivo – escolher as do espírito bom e rejeitar as do espírito mau” (EG, 51).
Para viver a sua missão no mundo de hoje, a Igreja como um todo e os cristãos leigos e leigas em particular são desafiados à aprendizagem permanente de distinguir:
- A pluralidade, que respeita as diferenças e promove a convivência pacífica, do relativismo que se pauta pela indiferença aos valores e aos outros;
- A secularidade, que valoriza positivamente as conquistas humanas e a liberdade religiosa, do secularismo, que considera Deus como intruso ou desnecessário para a vida humana;
- Os benefícios da tecnologia presentes nas diversas dimensão da vida atual e das relações humanas, da dependência de aparelhos eletrônicos;
- O uso das redes sociais como caminho de novas formas de relações sociais mais ampla, da comunicação virtual isolada que dispensa a relação pessoal;
- O consumo dos bens necessários à subsistência e à satisfação equilibrada dos desejos, da busca desordenada de satisfação;
- O uso do dinheiro para a justa aquisição de bens que garantam vida digna para cada pessoa, da idolatria do dinheiro como valor absoluto que tudo direciona;
- A autonomia, a liberdade e a responsabilidade pessoal, do isolamento individualista que nega o dever para com a vida comum;
- Os valores e as instituições tradicionais, do tradicionalismo que se nega a dialogar com o mundo e se fecha na segurança de ideias puras e imutáveis;
- A vivência comunitária, que possibilita a justa relação do eu individual com o outro, do comunitarismo sectário, que isola o grupo do mundo (CNBB, doc. 105,80).
Os desafios da aprendizagem permanente serão atingidos com a disponibilidade dos leigos e leigas e com o incentivo do clero aos seus fiéis no estudo da Palavra de Deus (a Bíblia) e da Teologia.
J.C. Felamingo – Conselho de Leigos